Textos Diversos
O Ciclo Junino e seu Desenvolvimento
As festas juninas têm grande influência agrária. Isto significa que estão ligadas a terra e a sua fertilidade. Trazido para o Brasil por influência portuguesa, o festejo é resultado da aglutinação dos cultos pagãos em louvor a terra com data de nascimento do santo João, que teria sido o preparador da vinda de Cristo.
O João como foi chamado, não só preparou a vinda do messias, mas o batizou nas águas do rio Jordão. Por outro lado, os pesquisadores do folclore junino consideram Portugal como o país que conseguiu reunir ao seu espírito religioso as crendices, adivinhas, agouros e superstições de cultos desaparecidos, muitos deles de origem pagã. Pela mão do colonizador, o costume de festejar São João entrou no Brasil e ficou. Do ambiente rural passou para a cidade. Nela se procura entretanto, sempre reviver os costumes rurais.
Como seu aniversário está próximo a mudança de estação e ao período de colheitas que geralmente traz alegria com a presença dos cantos, danças, fogos e comidas, houve uma perfeita integração entre a devoção e a distração, ou entre a religiosidade e a festividade. A colocação do mastro de São João é uma das celebrações mais populares, tanto no que se refere ao religioso, como procissão e cantos, como no aspecto popular, quando o mastro é retirado da mata e sua vinda para o local do levantamento é feito entre cantos, pingas e algazarra. Diz a lenda que o costume de acender fogueiras no dia de São João se deve ao fato de Maria, mãe de Jesus e prima de Isabel, mãe de João, ter ido fazer uma visita a ela nas proximidades do seu nascimento. Zacarias e Isabel não esperavam mais ter filhos, pois já estavam em idade avançada, mas Deus lhes mandou um filho para preparar a vinda de Cristo.
E este filho foi João Batista. Como Maria passou três meses com a prima lá nas montanhas de Judá, e a comunicação era difícil, combinou com José, que era seu noivo, que lhe avisaria quando o filho de Isabel nascesse, ascendendo uma fogueira na frente da casa para que ele então fosse buscá-la.
É uma festa presente em todas as áreas culturais brasileiras. Na festa tiram sortes, prevendo o futuro, os casamentos, viagens, etc. “Em noite de São João, passa-se um ramo de manjericão na fogueira e atira-se no telhado; se na manhã seguinte o manjericão ainda está verde, o casamento é com moço, se murcha é com velho”. “Em noite de São João, escrevem-se em papelitos os nomes de várias pessoas, enrolam-se os papelitos e se põem numa vasilha com água; o papel que amanhecer desenrolado indicará o nome do noivo ou da noiva.” “Em noite de São João, pôe-se um pouco de água com clara de ovo num copo; no dia seguinte se aparece uma igreja (casamento) ou um noivo (viagem próxima) etc.”
“Para uma pessoa saber se está próxima a casar, planta três dias antes de São João, três cabeças de alho; quantas cabeças de alho aparecerem brotando no dia de São João, tantos serão os anos de espera para o casamento; se não aparecer nenhuma é que a pessoa não casará.”