Histórias
História da Juliana (Silvia Jensen)
Era uma vez uma menina chamada Juliana. Ela morava com seu pai e sua mãe numa casinha perto da floresta. Juliana tinha muitos amiguinhos e muitos brinquedos. O seu brinquedo preferido era um lindo balão azul. Ela o levava para o quintal e jogava o balão para cima e ele caia para baixo; jogava para cima e ele caia para baixo.
Mas certo dia veio o vento sul, que havia comido muito e por isso estava muito forte e levou o balão da Juliana lá para cima, no céu.
Enquanto o balãozinho subia, os passarinhos cantavam:
“Sobe, sobe, balãozinho
Balãozinho multicor
Vai se mais uma estrelinha
A alegrar Nosso Senhor”
E Juliana viu seu balão subindo, subindo, e este balão tinha um brilho especial que irradiava do coração de Juliana. Todas as noites ela olhava pela janela do seu quarto e o balão piscava lá no céu. No fundo do seu coração, Juliana sentia saudades do seu balão azul.
Certo dia, ela foi passear na floresta e encontrou um anãozinho de touca vermelha que trabalhava: toc, toc, toc!
Juliana chegou perto dele e perguntou:
- Anãozinho, você acha que meu lindo balão azul vai voltar um dia?
- Ah, espere a noite mais longa do ano chegar, e ela lhe trará uma surpresa!
Juliana correu para casa e perguntou à sua mãe, quando seria a noite mais longa do ano. E sua mãe respondeu:
- espere os dias ficarem mais frios, as noites mais longas e o céu mais estrelado, e quando os anõezinhos acenderem sua fogueira lá montanha, esta então será a noite mais longa do ano, a noite se São João.
Juliana olhava todas as noites pela janela para ver se os anõezinhos haviam acendido a grande fogueira, e nada acontecia.
Certa manhã Juliana acordou sentindo muito frio, vestiu casaco de lã, meia, luva, gorro e quando a noite chegou, o céu estava todo estrelado e lá longe ela avistou uma pequena chama, lá na montanha dos anõezinhos. Ela apurou bem seus ouvidos e escutou:
“Sobem as chamas, sobem as chamas
Mais alto, mais alto,
Iluminam e alegram
Nossas vidas nossas almas”
E lá do alto do céu ela viu algo brilhante descendo, e os passarinhos cantavam:
“Cai, cai balão, cai, cai, balão,
Na rua do sabão.
Não cai não, não cai não, não cai não,
Cai na mão da Juliana”
Juliana levantou suas mãos para cima e o balão caiu em suas mãozinhas. Dentro dele havia um pozinho brilhante, era o pozinho das estrelas, e quem nele tocasse ficaria conhecendo a alegria de nosso Senhor. E Juliana, muito bondosa, deu um pouquinho do pozinho para seus amiguinhos, para os anõezinhos e para todos os bichinhos que estavam ao seu redor.