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Textos Diversos

As três primeiras das doze virtudes relacionadas a cada uma das forças zodiacais (Marta Maria Walzberg)

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 Há muitos tipos de calendários e cada qual tem uma data de início diferente; entre eles conhecemos o tradicional (de janeiro a dezembro), o escolar (de fevereiro até meados de dezembro), o litúrgico (do primeiro advento ao dia de finados e os de algumas religiões...

 Hoje iremos basear-nos no do zodíaco, de início em Áries, meados de abril, pois é com este signo que se relaciona a primeira daquelas virtudes a serem desenvolvidas, uma a cada signo.

 A devoção - diz o dicionário – É o ato de consagrar-se a alguém ou, a uma entidade. É uma dedicação, uma afeição intensa.

 Esta virtude pode ser adquirida a partir dos sete anos de vida. Já que algumas pessoas vêem a devoção como sinal de fraqueza, pois ela inclui servir a algo mais importante do que nós, será preciso entender que esta renúncia exige o contrário da fraqueza, pois ela inclui servir a algo mais importante do que nós, será preciso entender que esta renúncia exige o contrário da fraqueza: precisamos de força e coragem interior para reconhecer que não somos nem um pouco mais inteligentes, sábios, amorosos ou melhores ou o que possa ser, do que outras pessoas.

 Quem serve a alguém ou a alguma entidade, não se está submetendo por incapacidade de poder se defender, mas sim, por ter a coragem de empregar suas forças em prol de algo maior.

 Como exemplos muito conhecidos temos São Francisco de Assis e São Cristóvão que, abandonaram tudo para poderem servir a Deus através da dedicação e ajuda a todo ser vivo. Essa atitude pressupõe humildade e paciência.

 A devoção pode ser voltada para algo elevado – como o pensar, olhar as estrelas, o cosmo – como o lago a nossa volta – os reinos da natureza e as atrações humanas que os transformam, como quem faz o pão (do trigo sai alimento), quem cuida de adequar restos (composto, reciclagem) transforma algum material (construções). Igualmente podemos respeitar e compreender sentimentos do nosso próximo como também admirar a arte e a  beleza com devoção.

 Praticando a devoção ganhamos qualidades da renúncia calma, sem rancor ou raiva. Aprendemos também a saber desculpar, pois isto significa que compreendemos o nosso próximo.

 A devoção é então a qualidade de virtude indicada para o signo de Áries.

 A equanimidade – descreve o dicionário – significa igualdade de ânimo, tanto na desgraça quanto na prosperidade. É serenidade de espírito, é moderação assim como é imparcialidade. É retidão no julgar.

 É a virtude do equilíbrio interno. Ao evitarmos pensamentos preconceituosos estaremos exercitando um equilíbrio no âmbito do pensar. Dependendo de nosso ponto de vista, teremos a Terra ou o Sol como centro do universo, como o viram respectivamente Ptolomeu e Copérnico. O mesmo acontece com a teoria das cores de Goethe e a de Newton.

 Ou pensando na pergunta se nascemos com dons e capacidades ou será que aprendemos tudo durante o decorrer da vida?

 Precisamos muito do equilíbrio no âmbito do querer, o mais difícil de alcançar, pois exige reflexão que evite agir impensadamente e uma atuação da qual nos arrependamos depois.

 Nosso coração está envolvido na questão da simpatia e antipatia como também nos sentimentos e é difícil manter equilíbrio já que nos inflamamos ou ficamos frios diante das diferentes situações.

 Uma pessoa equilibrada não deixa de ter emoções e sentimentos, mas não é arrebatada por eles. Na alegria está feliz e na tristeza sofre, mas tudo sem exagero. Também ao ser simpática, a pessoa não diz sempre “sim” para tudo o que lhe pedem, nem é antipática negando-se constantemente a ajudar; o equilíbrio está em contribuir sem prejudicar ninguém, também não a si mesmo.

 E uma terceira dificuldade em ser equilibrado é viver “no mundo da lua” sonhando acordado ou então, no oposto, estar tão intensamente ocupado com tarefas diárias terrestres e materiais que não há espaço para mais nada.

 Podemos assim perceber que a virtude do equilíbrio, da equanimidade tem a ver com um sentimento do EU da pessoa; é o EU que, sabendo o que provoca o bem estar interior, pode encontrar o caminho do meio em nossas atuações e sentimentos.

 Esta virtude está relacionada com o signo de Touro.

 Perseverança – pelo dicionário – é pertinácia, constância, firmeza.

 Esta é uma virtude que já a criança pequena exercita com sucesso: ao aprender a sentar e depois a andar, ela é incansável em, sempre novamente, fazer tentativas e em não esmorecer até conseguir e adquirir firmeza.

 Tocar um instrumento exige exercícios diários e, por vezes, exaustivos. Precisamos ter atividade interior para manter a constância daquilo a que nos propusemos, pois é muito fácil esquecer ou adiar já que há tantos estímulos externos e também, certa comodidade em levar uma proposta até o fim. Conscientizar-se deste fato já é um comecinho para ser perseverante.

 O ritmo diário é uma ajuda neste processo: ao acordar e antes de adormecer podemos recordar a nossa proposta e o que realizamos naquele dia. Assim teremos um crescimento interior que, no fundo, dará frutos. Com isto lembraremos de um exercício bem prático, também para crianças: plantar uma semente ou muda, regá-la nem demais, nem de menos mas regularmente, tirar o mantinho, observar se não há pulgões ou outro parasita, para que possa, a planta, desenvolver-se bem.

 Esta regularidade em fazer exercícios deixa ficar bem claro que a virtude da perseverança ajuda a conquistar a fidelidade.
  E o signo sob o qual a perseverança é exercida é o de gêmeos.

Bibliografia:
As forças zodiacais. Sua atuação na alma humana
Gudrun Burkhard
2º edição revista e ampliada – Ed. Antroposófica Ltda.

 

(Texto extraído da revista Nós, da escola Waldorf Rudolf Steiner em São Paulo  – Época de Páscoa 2006)