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Na Época da Páscoa

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Tanto a civilização quanto a técnica que nos dominam hoje em dia, trouxeram muito ruído para a nossa vida. Porém não é somente esta poluição sonora que nos rodeia constantemente que trouxe a tão mencionada agitação da nossa época. Toda a nossa vida tornou-se inquieta, desassossegada. Entre muitos exemplos pode-se citar a mudança de casa, seja qual for à razão que nos arranca do ambiente ao qual estávamos acostumados, dificultando a estabilidade da convivência com as pessoas.

O silêncio e a reflexão também foram esquecidos do período de festas anuais, pois até aquelas mais silenciosas e de retiro espiritual foram transformadas em ruidosas. E então, onde fica o nosso sentimento de tranqüilidade, de proteção, de segurança? Será que através da procura constante de algo novo, diferente, não estaremos procurando onde sentir-nos “em casa”? Será que, inconscientemente, não estamos fugindo dos nossos próximos e até de nós mesmos?

Como encontrar tranqüilidade interior e ainda transmiti-la às nossas crianças, se não conseguimos ver, ao nosso redor, nada mais que esteja em seu lugar adequado e constante?

O nosso lar deve ser um ponto de tranqüilidade e de sentimento de segurança, um contraponto à vida agitada fora dele. E festejar as festas anuais é uma outra resposta.

Porém não só no próprio dia da Páscoa, mas já na época anterior podemos preparar este dia especial. Para isto devemos saber muito bem o que estamos festejando. A Páscoa é a festa da ressurreição do Cristo. É por excelência, a festa da força da vida, da esperança e, no centro dela, temos a libertação que o Cristo nos trouxe e que tem dois lados a serem considerados. Um deles, é nossa libertação dos sentimentos egoístas e de nosso excessivo orgulho, pois temos como exemplo máximo a Sua vida de amor altruísta, começando pelo nascimento em profunda pobreza, Seu amor por todos os rejeitados pela sociedade e a morte na cruz.

Por outro lado, libertou-nos do sentimento de que nada mais somos do que matéria, esquecendo nossa origem divina, chegando mesma a renegá-la.
Vez por outra pode-se esperar a chegada do crepúsculo com as crianças (sem acender logo uma luz) para vivenciarmos juntos, como o dia passa para dentro da noite. Não programaremos nada; poderá surgir algum comentário das crianças, mas não esperemos por ele. De nenhum modo elas devem ter a impressão que desejamos ouvir algo delas.

Nesta época deve haver momentos livres no horário das crianças para brincarem e, também, para que sintam tédio, pois assim, a partir deste, elas terão a oportunidade de desenvolver, uma iniciativa própria. Isto é válido para qualquer época do ano e também para os adultos!
Reconhecendo a benção da calma e da introspecção nesta época, iremos refletir bastante sobre a valia de enfrentar as dificuldades e o cansaço das viagens para festejar este ponto alto entre as festas anuais num local impessoal e não tão conhecido. Não será preferível ficarmos ali onde, aos poucos, formamos um ambiente para festejarmos dignamente?

Em algumas famílias existem momentos antes da Páscoa, que espelham a preparação do Natal: a família reúne-se para ouvir histórias, relembrar o conteúdo da festa vindoura, fazer música e trabalhos artesanais típicos, mas ao fazermos velas com cera de abelha com as crianças podemos falar do simbolismo: A vela queima-se, isto quer dizer que, para iluminar e aquecer, ela deve consumir-se. Esta é uma imagem bonita e verdadeira, que se impregnará como a oferenda do amor que o Cristo viveu - e que as crianças ainda podem absorver sem temores, e que as acompanhará em sua vida, sem perder a intensidade.