Textos Diversos
Pentecostes – A Festa do Futuro (Gabriele Kuehn – Vera Orgolini)
Pentecostes vem do grego e significa o qüinquagésimo dia. Esta festa acontece sempre 50 dias após o domingo de Páscoa e 10 dias após a Ascensão de Cristo.
Os apóstolos e discípulos receberam os ensinamentos do Cristo através de uma consciência imaginativa, como em estado de sonho. Todos os conhecimentos ocultos do mundo espiritual que já estavam ancorados em suas almas ainda não emergiam na consciência de vigília.
Os apóstolos vivenciavam o Cristo como portados da plenitude das forças macro-cósmicas no âmbito da esfera terrena, mas essas forças ainda não estavam presentes na consciência do Eu. Eles olhavam os acontecimentos como algo externo a eles. Tinham o conhecimento da nova relação entre o macro e o microcosmo e reconheciam a força Divina solar trazida à esfera terrena através do Cristo, mas ainda não a vivenciavam dentro de si mesmos. Também o Cristo até a Ressurreição e a Ascensão atuava na esfera terrena e não ainda nos indivíduos. Através do Mistério de Gólgota o Cristo permeou a Terra com forças cósmicas mas ainda não permeara a consciência do eu individual.
Pentecostes é a festa do verter do Espírito Santo nos Apóstolos e a fecundação do Amor Cósmico ao “eu humano” através da consciência individual. Neste evento o Cristo uniu-se definitivamente à humanidade e permeou-se dentro de cada individualidade, trazendo para dentro de cada um o que pairava nas esferas espirituais. O Ser Crístico permeou totalmente a esfera terrena, trazendo o Céu à Terra e desde então Ele está unido à alma humana da Terra.
Nos antigos Mistérios, a possibilidade de união do micro ao macrocosmo só era possível ao homem através de um estado de sono profundo sem a presença consciente do eu. Pentecostes traz uma nova relação do terreno com o divino de maneira interiorizada individualmente e na presença da consciência do eu.
A partir da experiência espiritual de Pentecostes, os discípulos puderam anuncia aos homens a presença do Cristo e despertar neles experiências semelhantes. Por isso esta festa é da comunidade dos cristãos, do homem tocado interiormente pelo Ser do cristo.
As forças de Pentecostes atuam na alma de cada indivíduo, permite a cada um de nós reconhecer a singularidade de cada ser humano e a compreensão que é através da diversidade de cada um que encontra-se a qualidade do Amor Cósmico que une toda a Humanidade. Em Pentecostes o que importa é aquilo que é criado em conjunto, que se procure e que se ache o que é unificador.
Cultivemos as Forças Crísticas em nossas almas para solidificarmos uma comunidade na qual todos os homens independente de família, nação, religião vivam na plenitude do amor fraternal com uma nova consciência cósmica.
(Texto extraído da Revista Nós, Época de São João 2004, da Escola Waldorf Rudolf Steiner, SP)