Textos Diversos

Reflexão sobre a Páscoa (Milena Rocha Reghini Barbosa)

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QUERIDOS PAIS,


“Se vocês foram ressuscitados com Cristo, procurem  as coisas do alto,
 onde Cristo está sentado à direita de Deus. Pensem nas coisas do alto,
 e não nas coisas da terra. Vocês estão mortos, e a vida de vocês está
 escondida com cristo em Deus. Quando Cristo se manifestar,
ele que é nossa vida, então vocês também se
manifestarão com ele na glória.”
Col. 3, 1-4

 

Mais uma Páscoa se aproxima e com ela a alegria estampada nos rostinhos das crianças e o desejo de procurar o coelho, os ovos, a contagem regressiva para o grande dia. Muitas delas ainda não compreendem o significado desta festa Cristã, mas vivenciam a alegria pela vida.

Não façamos desta festa, somente momentos de encontros entre famílias, amigos e conhecidos, mas um momento de recordação e transformação individual, não deixando que o grande significado da Páscoa se perca em nosso dia- dia, pois é ele que nos dá força e coragem para enfrentar o caminho da Paixão e os obstáculos encontrados durante este ano que se iniciou. só assim poderemos chegar no dia da Aleluia.

É também nesta época que recordamos o sofrimento e a humilhação de Cristo, até a chegada, no domingo de Páscoa, da grande Transformação: A RESSURREIÇÃO.

Para as crianças, sabemos que as histórias da bíblia são muito difíceis para serem compreendidas, então utilizamos algumas histórias como à sementinha, o verdadeiro coelho de páscoa, a borboleta, um conto de Páscoa, o coelhinho e o pé de cacau entre outras, pois estas imagens representam a passagem, a transformação como a da lagarta que depois de se recolher, se transforma em uma bela borboleta que enfeita nosso jardim e alegra nossos dias tão tumultuados e corridos, o trigo e o milho que necessitam morrer para brotarem novamente dando bons frutos.

Nesta semana santa Paremos um minuto para refletir sobre como ocorre à transformação desta lagarta em borboleta, do grão de trigo e do milho que morre dando início a uma nova vida, novos grãos.

 

Símbolos da Páscoa

Coelho: freqüentemente igualado a lebre, é um símbolo lunar porque dorme durante o dia e fica acordado à noite e por ser fértil. Nos contos de fadas e nas lendas de muitos povos, a própria lua é, por isso, um coelho, ou então, indicam-se simbolicamente as manchas claras e escuras que há nelas como sendo coelhos. Devido à fertilidade, eventualmente também por viver escondido em tocas, o coelho está estreitamente ligado a terra, entendida como “mãe”, sendo por isso símbolo de constante renovação da vida

Ovo: por ser o germe da vida, o ovo é um símbolo muito difundido de fecundidade. Nas concepções místicas de muitas culturas encontra-se o “Ovo Cósmico”, que na qualidade de símbolo da totalidade dos poderes criadores aparece nos primórdios freqüentemente boiando nas águas, dele nascem o mundo e todos os elementos ou, principio somente o Céu e a Terra.
No cristianismo, o ovo é considerado símbolo da “Ressurreição da Vida Nova.”

Galo ou Galinha: por anunciar um novo dia, com sua crista vermelha, cor de fogo, o galo para muitos povos é o símbolo do sol e do fogo. A galinha como símbolo da maternidade, cuidadosa e protetora de seus ovos.

Cordeiro ou ovelha: devido a sua candura, é símbolo da mansidão, da inocência e da pureza. Na antiguidade a vítima preferida nos sacrifícios, assim como o carneiro, daí também ser símbolo de Cristo e sua imolação.

Ramos: galhos verdes simbolizam a honra e a imortalidade.

Borboleta: o significado essencial da borboleta baseia-se em sua metamorfose de ovos para lagarta, e de crisálida, presa à rigidez da morte, para inseto alado com cores brilhantes, voltando para a luz do sol. Por isso, na antiguidade, já era considerada um símbolo da alma, pelo fato de não se extinguir após a morte física.

 

Histórias

Um conto de Páscoa

Três irmãos já crescidos disputavam a mão de uma princesa. Mas o rei exigiu que só se casaria com ela quem lhe trouxesse um ramo de folhas de ouro que havia bem no meio da floresta.
Partiram então os três, cada um por um caminho.
O mais velho chegou a uma pedra onde estava um anãozinho. Este o cumprimentou e lhe pediu de comer. O irmão mais velho, porém, respondeu que tinha um longo caminho pela frente e que não podia repartir com ele seu lanche. E foi seguindo até que encontrou uma borboleta muito grande e logo teve vontade de pegá-la. Mas a borboleta foi voando, voando e, assim atraiu-o a uma clareira onde havia tantas borboletas esvoaçando que o deixaram completamente estonteado. Começou então a perseguí-las com raiva, até que chegou a um lugar cheio de lindas folhagens. Contudo, ali habitavam lagartas negras, e só o que elas faziam era queimar quem se aproximasse. E o irmão mais velho perdeu-se na floresta.
Com o irmão do meio, aconteceu a mesma coisa. O mais moço, porém dividiu seu lanche com o anãozinho. Este, então disse-lhe que encontraria uma linda borboleta mas que não deveria segui-la. “Logo acharás outra e essa é que vai levá-lo a um lugar onde habitam muitas borboletas”. – disse o anãozinho. “E é lá que vive um coelho encantado”. O irmão mais moço seguiu em tudo o conselho do anão. Não seguiu a primeira borboleta, mas sim a segunda, encontrou a terra das borboletas e o coelho encantado. Este o levou a um jardim oculto onde, entre folhagens raras, ele achou o ramo das folhas de ouro.
O coelho deu-lhe o ramo de presente, e o moço levou-o ao rei e se casou com a princesa.


A galinha e o grão de trigo


Uma galinha achou um grão de trigo e disse:
- Vou preparar a terra para plantar o grão de trigo. Quem quer ajudar?
- Eu não, disse o cão.
- Eu também não, disse o gato muito preguiçoso.
- Eu também não, - disse o pato e ficou olhando.
A galinha preparou a terra e deitou o grãozinho numa cova.
-Agora vou regar o grão. Quem quer ajudar?
- Eu não. – disse o cão.
- Eu também não. - disse o gato muito preguiçoso.
- Eu também não, - disse o pato e ficou olhando.
A galinha cortou o trigo e recolheu os grãos da espiga.
- Vou moer o trigo, quem quer me ajudar?
- Eu não, disse o cão.
- Eu também não, - disse o gato muito preguiçoso.
- Eu também não, - disse o pato e ficou olhando.
A galinha moeu o trigo e disse: - Vou fazer a massa do pão. Quem quer ajudar a amassar?
- Eu não, - disse o cão.
- Eu também não, - disse o gato muito preguiçoso.
- Eu também não, - disse o pato e ficou olhando.
A galinha amassou bem a massa e fez o pão.
- Vou assar o pão. Quem quer ajudar a acender o fogo?
- Eu não, - disse o cão.
- Eu também não, - disse o gato muito preguiçoso.
- Eu também não, - disse o pato e ficou olhando.
A galinha fez um fogo no fogão e pôs o pão para assar.
Logo havia um cheirinho delicioso de pão fresquinho no ar.
O pão fresquinho no ar.
O pão está pronto! – disse a galinha.
- Eu quero um pedaço! – disse o cão.
- Eu também, - disse o pato que veio correndo.
- Pois agora vou comer tudo sozinha! – disse a galinha e estava delicioso!.


O Coelho da Páscoa (conto russo)

Era uma vez um Papai Coelho e uma Mamãe Coelho, que tinham sete filhos. Então quando chegou a Páscoa, queriam saber qual dos seus filhos seria o verdadeiro coelho da Páscoa.
A mãe foi buscar uma cesta com sete ovos e cada filho pode escolher um.
O mais velho dos coelhinhos logo pegou o ovo dourado, correu pelos campos, subiu e desceu morros, chegou ao Jardim de Infância e, com um grande salto, tentou chegar ao outro lado do portão. Como estava com muita pressa não mediu bem o salto e caiu, quebrando o ovo.
Este, com certeza, não era o verdadeiro coelho da Páscoa.
O segundo filho escolheu o ovo prateado e se pôs a caminho. Quando chegou ao campo encontrou a raposa. A raposa desejava muito ter o ovo de prata e perguntou se o coelho não daria de presente.
Mas isto o coelho não queria.
Então a raposa prometeu-lhe uma moeda de ouro em troca do ovo e o levou até a sua toca.
Ali escondeu o ovo de prata, escancarou o seu focinho como se fosse devorar o coelho e, este, assustado, fugiu deixando o ovo de Páscoa com a raposa.
Este, com certeza não era o verdadeiro coelho da Páscoa.
O terceiro coelho escolheu o ovo vermelho e se pôs a caminho.
Quando passava pelos campos, encontrou outro coelho e pensou: “ainda tenho tempo vou brincar de luta com este coelho”.
Os dois coelhinhos lutaram bastante e quando o nosso coelhinho lembrou-se do ovo vermelho, este estava quebrado e amassado.
Este, com certeza, não era o verdadeiro coelho da Páscoa.
O quarto coelhinho escolheu o ovo verde e se pôs a caminho.
Quando passava pela floresta, a gralha ladrona o avistou do alto de uma árvore e gritou:
-Olha a raposa! Olha a raposa!
O coelho, assustado, olhou ao seu redor e procurou um lugar para esconder o ovo verde. Então a gralha disse:
-Eu escondo o ovo para você.
O coelhinho deu o ovo à gralha que o guardou em seu ninho.
Agora percebendo que não vinha nenhuma raposa, pediu o ovo de volta à gralha, mas esta respondeu:
-O ovo está bem no meu ninho.
Este, com certeza, não era o verdadeiro coelho da Páscoa.
O quinto coelho escolheu o ovo cinza e se pôs a caminho.
Atravessando a floresta chegou a um riacho e quando estava atravessando a ponte viu a sua imagem refletida na água e ficou tão encantado com ela que não conseguiu continuar o caminho. De tanto se mirar no espelho d’água esqueceu o seu ovo cinza e este caiu partindo-se em uma pedra.
Este com certeza não era o verdadeiro coelho da Páscoa.
O sexto coelhinho escolheu o ovo de chocolate e se pôs a caminho.
Mais a frente encontrou um esquilo e este queria muito provar o ovo de chocolate, mas o coelhinho disse:
-Este ovo é das crianças do Jardim de Infância.
Porém, o esquilo pediu tanto que o coelhinho cedeu. O ovo estava tão gostoso que o coelhinho não resistiu e os dois lamberam o ovo até acabar o chocolate.
Este com certeza, este não era o verdadeiro coelho da Páscoa.
O mais novo dos coelhinhos escolheu o ovo azul.
Correu pelos campos, pelos morros, e pela floresta. Ali encontrou a raposa, mas nem ligou para ela. Continuou seu caminho. Encontrou o outro coelho que queria brincar de luta, mas o nosso coelho não aceitou até chegar na floresta da gralha ladrona. Esta logo exclamou:
 - Lá vem a raposa!
 - Mas o nosso coelhinho nem deu ouvidos aos seus gritos.
 - Ao esquilo disse que o ovo seria das crianças do Jardim da Infância e continuou seu caminho.
 - Quando chegou ao riacho não parou para mirar-se no espelho d’água.
 - Chegando ao portão do Jardim de Infância, tomou a medida do salto a dar, saltou e chegou ao outro lado do muro sem quebrar o ovo.
Este sim era o verdadeiro coelho da Páscoa.

 

Músicas

1) De olhos vermelhos
De olhos vermelhos
De pelo branquinho
Orelhas bem grandes
Eu sou coelhinho

Sou muito assustado
Porem sou guloso
Por uma cenoura
Já fico manhoso
Eu pulo pra frente, eu pulo prá trás
Dou mil cambalhotas
Sou forte demais

Comi uma cenoura
Com casca e tudo
Tão grande ela era
Fiquei barrigudo

2) Coelhinho da Páscoa
Coelhinho da páscoa que trazes prá mim
Um ovo, dois ovos, três ovos assim
Um ovo, dois ovos, três ovos assim

Coelhinho da páscoa que cor ele tem
Azul, amarelo, vermelho também
Azul, amarelo, vermelho também


Coelhinho da páscoa com quem quer dançar
Com estas crianças que sabem cantar
Com estas crianças que sabem cantar


3) Lagarta
Olha só como a lagarta
Vai andando, se arrastando
E no escuro do casulo
Ela vai se transformando

E quando o sol vem a brilhar
Uma linda borboleta vai voar
E de flor em flor ela vai passear

4) Borboleta Azul
Borboleta azul
Voa pelos campos
Campos multicores
Cheios de flores

Brinca pelos ares
No azul do céu,
Brinca com o vento
Como um véu

5) A lagarta
Quando a lagarta se recolhe
Ela dorme e se envolve
Num casulo delicado
E da escuridão nasce à luz
Que dá vida à borboleta
Voa cor de flor em flor.

6) Coelhinho
Coelhinho foi passear
Passear sozinho
Nariz pro alto
Não viu o rio
Pluft, ele caiu.

FELIZ PÁSCOA !!!


Texto elaborado pela
 Professora Milena Rocha Reghini Barbosa
 Jardim das Amoras  – 2.010.