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HOMENS QUEIRAM OUVI-LO! O Mistério da Conferência de Natal (Sergei O. Prokofieff)

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Prefácio


Mais de 72 anos se passaram desde a Assembléia de Natal. Este tempo corresponde na Terra ao ciclo de vida de um ser humano ou um dia em um ano Platônico. Um certo ciclo evolucionário se conclui; um novo principia. Qual será o destino do impulso da Conferência de Natal no novo ciclo? Alcançará ele nova vida por meio da ação consciente de seres humanos ou tornar-se-á matéria do passado para sempre? Será simplesmente preservado nos anais da história da Sociedade Antroposófica como um evento que foi uma vez muito importante, mas, sucumbiu, como todas as coisas, à inexorável passagem do tempo, tornando-se, hoje, de interesse puramente histórico?

 

Como se sabe, as mais divergentes opiniões, em parte, mesmo diametralmente contrastantes, existem na Sociedade Antroposófica com respeito a esta questão até hoje.

As diferenças que concernem a esta, pode-se dizer, sem exagero, questão central acompanham quase toda a história da Sociedade Antroposófica de maneira trágica. Entretanto, o futuro da Sociedade no mundo de hoje dependerá não apenas de uma resposta teórica, mas espiritualmente real (concreta) a esta questão.


Quando a controvérsia começa novamente a fulgurar sobre a questão, seu caráter abstrato, que é frequentemente superficial carecendo de qualquer experiência interior real, torna-se manifesto. Comumente ela simplesmente se reduz à primitiva e inexpressiva fórmula: A Conferência de Natal foi bem sucedida _ ou _ não foi bem sucedida.


Tais respostas simplificadas ao extremo dificilmente podem ser compreendidas como outra coisa que não seja uma tentativa inconsciente de enredar e frustrar a verdadeira profundidade do problema. Pois devido a tal alegação irrelevante, e em sua natureza dogmática, ambas as respostas provam ser falsas e em seu caráter, abstratas. Poder-se-ia realmente responder imediatamente à alegação do primeiro grupo, “Ela não logrou seu objetivo”_ mas algo que seja inteiramente externo, administrativo, uma medida puramente terrena que perseguimos até as últimas conseqüências dentro dos limites de nossa realidade físico-sensorial, não pode prosperar. Por outro lado, a Conferência de Natal tem um caráter completamente diferente, como atestam as numerosas afirmações de Steiner durante e após a conferência. No que tange à sua natureza esotérica, ela tem suas raízes no mundo espiritual, do qual igualmente emergiu originalmente a fim de tornar-se fonte de um novo desenvolvimento espiritual e social sobre a Terra.


O segundo grupo, clama em contraste com o primeiro, que a Conferência de Natal vingou e que até hoje vivemos de seus frutos; que ela independe de nossas imperfeições porque Rudolf Steiner realizou seu ato, completo em si mesmo, com um significado objetivo para o mundo independente de nosso relacionamento para com ele.


Esta resposta, no entanto, encerra uma unilateralidade que não é sem importância. Pois, assim como a atenção é dirigida no primeiro caso somente para o terreno, o lado exteriormente compreendido da Conferência de Natal, no segundo caso, a atenção é concentrada exclusivamente em seu aspecto supra-sensível independente de tempo e espaço. Por meio de tal abordagem a Conferência de Natal pode facilmente tornar-se um dogma abstrato que, falando estritamente, é destituído de qualquer conteúdo genuíno.


Em realidade, em ambos os enunciados, o aspecto verdadeiramente essencial e ao mesmo tempo novo da Conferência de Natal, bem como sua tarefa, é ignorado; ou seja, unir o terrestre e o cósmico, o humano e o divino ao nível social tal como uma vez se representou artisticamente nas duas cúpulas do primeiro Goetheanum.


Seria mais correto comparar a Conferência de Natal à uma semente _ uma imagem tão freqüente nas alegorias dos evangelhos_ uma semente que pode ser preservada por décadas no celeiro e externamente parecer árida, como morta (inefetiva). Não obstante, a qualquer momento, pode-se implantá-la na alma, no solo do coração e sondar seu segredo, e ela produzirá a abundante colheita de uma nova vida espiritual.


Porém, para que isto aconteça, esta semente de uma nova vida espiritual que nos foi confiada, requer nutrição e cultivo no plano da alma, tal como acontece também na natureza exterior. Mesmo uma semente comum só pode germinar no calor e na luz do sol físico. Assim também a semente espiritual da Conferência de Natal precisa do calor e da luz mencionadas na quarta parte da meditação da Pedra Fundamental. Dar-lhe deste calor e desta luz é algo que somente o eu humano pode fazer, o qual, para tanto, deve consciente e livremente voltar-se para seu arquétipo superior. Na meditação da Pedra Fundamental isto é expresso com as palavras:


Luz Divina,

Cristo – Sol.


Naturalmente, esta ainda não é uma resposta em relação à Conferência de Natal; é simplesmente uma indicação das precondições necessárias para a correta formulação da questão. Pois a questão não deve ser colocada de maneira teórico- intelectual, mas oculto- prática, e isto significa que ela pode e deve ser formulada de modo concreto, de maneira a conduzir ao caminho de experimentação de sua natureza espiritual.


Este caminho começa com uma verdadeira compreensão da realidade sensorial e supra-sensível da Conferência de Natal. A este primeiro estágio, segue-se um segundo que é descrito por Rudolf Steiner quando ele diz que agora a Pedra Fundamental é depositada nos corações e almas dos seres humanos. Finalmente, o terceiro estágio consiste no trabalho no mundo, forte e curador, por meio de todos os membros da Sociedade Antroposófica que espiritualmente se firmam sobre o alicerce da Pedra Fundamental supra sensível.

 

Estes três estágios podem ser caracterizados através de três afirmações feitas por Steiner durante a Assembléia de Natal:


Fazer uso do coração como órgão cognitivo para captar a natureza espiritual da Conferência de Natal

Vivificar o coração com a Antroposofia. Sem isto é impossível colocar a pedra fundamental no coração.

Seguir a boa estrela da Conferência de Natal por meio da qual os deuses desejam guiar os membros da Sociedade Antroposófica Universal ao cumprimento de suas tarefas no mundo exterior.


Neste trabalho, o primeiro estágio do caminho supra-citado, aquele da cognição do coração como meio de compreensão da natureza sensível e supra-sensível da Conferência de Natal, será especialmente caracterizado em detalhes. Enquanto os outros dois serão igualmente indicados, mas não considerados tão detalhadamente. A razão para isto é que eles não consistem tanto numa assimilação de nosso tema quanto em sua realização concreta no ser anímico interior, algo que só pode ocorrer por um ato livre da vontade humana individual, que, entretanto, precisa estar permeada pelo conhecimento do coração e da disposição para o sacrifício (auto-esquecimento, ausência de egoísmo).


O primeiro passo que leva a um entendimento mais profundo da Conferência de Natal pode ser o esforço para encontrar uma resposta para três questões que devem surgir na alma de cada antropósofo quando este se ocupa com as palavras de Rudolf Steiner dispostas como máximas no início do presente trabalho. As primeiras três afirmações mencionam a conexão da Conferência de Natal com a evolução da humanidade, e seu significado para os antropósofos, seu sentido para aqueles aos quais o destino da causa antroposófica não é indiferente, mas tem importância, e a relação do próprio Steiner com o congresso de Natal. Agora vamos acercar-nos disto mais minuciosamente.


Na primeira declaração, Rudolf Steiner vincula espiritualmente a Conferência de Natal com a Virada dos Tempos, ou seja, com os eventos da vida terrena de Cristo Jesus e sua culminância no Mistério do Golgotha. Como um evento que pertence diretamente à corrente espiritual que procede do Mistério do Golgotha e de lá flui para todo o desenvolvimento da Terra_ esta é a forma como Steiner vê a Conferência de Natal inserida na história terrestre. Enquanto, de modo geral, mantém reservas em relação a tudo o que diz respeito a seu próprio trabalho, aqui Rudolf Steiner abre uma exceção e aponta para a importância fundamental da Conferência de natal para o destino do Cristianismo Esotérico.


A segunda declaração diz respeito à afiliação interna de cada indivíduo antropósofo à Conferência de Natal. Esta afiliação é referida em um tom extraordinariamente irrefutável que enfatiza a necessidade de uma decisão pessoal _ uma decisão que tem verdadeiramente significado central para o subseqüente destino da causa antroposófica no mundo. Em conexão com isto, o exemplo de Rudolf Steiner assume particular importância. Pois até o fim de sua vida, ele demonstra em todos os seus atos e palavras absoluta fidelidade ao propósito da decisão uma vez tomada.  “De certo modo, trata-se ademais de uma promessa ao mundo espiritual. Esta promessa será cumprida de maneira inviolável”.(GA 240, 18/06/1924)


Finalmente, a terceira afirmação lida com o significado da Conferência de Natal para o próprio Steiner enquanto guia e mestre Cristão de nosso tempo. É somente com a força de Cristo, isto é, apenas com Sua benção e auxílio que o moderno iniciado pode realizar coisas tão poderosas. Isto por sua vez significa que a chave mais importante para uma compreensão do que Steiner efetuou no Congresso de Natal foi a realização das palavras de mistério proferidas pelo apóstolo Paulo, “Não eu, mas o Cristo em mim”. E a grandeza e magnitude do processo consistiam no fato de que a Antroposofia, que era até então uma empresa terrena, tornou-se consideração cósmica em virtude da Conferência de Natal, em conseqüência do ato livre de um eu humano, que encerra um significado o qual passa a afetar igualmente as hierarquias divino-espirituais.


Enquanto não se encontra a resposta para as questões que surgem na alma ao lermos estas palavras de Rudolf Steiner, não se pode aproximar verdadeiramente da natureza espiritual deste evento. Ao fazê-lo, experimentar-se-á em primeiro lugar, que é impossível respondê-las intelectualmente ou abstratamente. Pois, o que se quer dizer com a declaração de que a Conferência de Natal é uma virada dos tempos mundial? Esta asserção não apenas aponta para a conexão existente entre o Congresso de Natal e o Mistério do Golgotha, mas desafia-nos, exortando-nos através da relação com o Espírito da Conferência de Natal, a sacrificar, entregar todas as nossas energias a este acontecimento central do século vinte no plano físico; a transformar nossa vida a serviço do começo desta virada dos tempos à qual nós desejamos dedicar-nos para o devotado cultivo da vida espiritual.


A segunda questão não é menos significativa. Também ela nos exorta diretamente: “A Conferência de Natal é para ser tudo para nós”, justamente como foi para nosso mestre Rudolf Steiner. Não pode haver concessão alguma no que concerne a estas palavras. Elas nos desafiam aqui e agora a tomar a decisão de dar nova orientação à nossa vontade; a entrar realmente no caminho.


Por fim, a terceira comunicação feita pelo mestre ergue ainda outro véu do mistério. A Conferência de Natal só foi possível graças à participação direta de Cristo nela. Isto significa que, do ponto de vista esotérico, ela foi desejada pelo próprio Cristo, e o caminho no qual ela se converte para os antropósofos é o caminho para o Cristo adequado ao nosso tempo. É a possibilidade oferecida a todos os seres humanos hoje de tornarem-se servos de Cristo, ajudantes no processo de realização das mais importantes tarefas espirituais da presente era.


Somente aquele que é capaz de compreender estas três declarações de Rudolf Steiner em toda sua profundidade e significado tem o direito de falar sobre o que a Conferência de Natal realmente é. Um trabalho interior intensivo para captar a natureza espiritual deste evento conduzirá a uma colocação diversa das questões fundamentais.


No sentido dos novos mistérios, portanto, a questão hoje, não consiste no argumento abstrato de se a Conferência foi bem sucedida ou não, mas na livre decisão individual de seguir ou não seguir o caminho aberto por ela. Em outras palavras, não se trata meramente de um insight, mas igualmente de determinação. Eis porque o verbo “will”(em inglês) é a palavra usada para concluir a meditação da Pedra Fundamental. Pois somente quando implantarmos o conteúdo espiritual da Conferência de Natal em nossa vontade poderá ela realizar sua tarefa de ser uma nascente (fonte) do verdadeiro bem no mundo:


“Que se torne bom”.

o que, a partir do coração, queremos fundar

o que, a partir da cabeça,

com meta segura,

queremos guiar”.


As seguintes palavras de Rudolf Steiner, com as quais prefaciou a primeira publicação da Meditação da Pedra Fundamental no News Sheet de 13 de Janeiro de 1924 apontam para este elemento da vontade, ou indicando a mesma coisa, o elemento do caminho: “O solo no qual a Pedra Fundamental foi depositada só poderia ser o coração  e a alma das personalidades reunidas na Sociedade, e a própria Pedra Fundamental deve ser a atitude mental que brota e jorra da formação antroposófica da vida. No modo como é exigido pelos sinais dos tempos presentes, esta atitude mental se expressa pela vontade e determinação de encontrar o caminho para a contemplação e o viver a partir do espírito através de um aprofundamento humano da alma”.(GA 260a)


Em outras palavras, a vontade de contemplar o espírito _ e trata-se, acima de tudo, do Espírito concreto do qual se falou na Conferência de Natal _ assim como a formação consciente da vida antroposófica baseada neste Espírito, denotam o impulso fundamental do Congresso de Natal, e sua essência esotérica, por assim dizer.

Desse modo, dirigindo-se a todos os membros da Sociedade Antroposófica, Steiner podia dizer: “Ao mesmo tempo, gostaria de apelar a cada membro da Sociedade para que ajudasse a realizar o que a Conferência de Natal deve colocar como pedra fundamental da vida antroposófica nos corações de todos os nossos membros; que ela não cesse de evoluir mais e mais como uma verdadeira semente de vida, de sorte que uma vida progressivamente dinâmica surja na Sociedade Antroposófica”. ( GA 260ª, 18/01/1924 )


O mesmo motivo da disposição ou vontade é ademais encontrado no primeiro parágrafo dos estatutos da recém-fundada Sociedade Antroposófica: “A Sociedade Antroposófica deve ser uma associação de pessoas cuja vontade seja a de nutrir a vida da alma, tanto individualmente quanto na sociedade humana, com base em um veradeiro conhecimento do mundo espiritual”.


Eis porque, quando Rudolf Steiner deu a conhecer os estatutos pela primeira vez no News Sheet aos membros da Sociedade Antroposófica, ele enfatizou que estes não eram estatutos” mas  “uma descrição do que os seres humanos querem realizar em uma comunidade de vida puramente humana _ como a Sociedade Antroposófica e que esta descrição teria de tomar o lugar de um estatuto comum.


Finalmente Rudolf Steiner apontou uma terceira vez para estes “caminhos da vontade” contemporâneos nas máximas antroposóficas que foram escritas após o Congresso de Natal e dedicadas ao caminho antroposófico de conhecimento à luz dos Mistérios Micaélicos. Elas lidam com a descida do homem ao mundo dos sentidos exteriores e sua nova tarefa na Terra, para cuja realização ele deve unir sua vontade terrena à cósmica vontade de Michael. “É tarefa de Michael guiar o homem uma vez mais nos caminhos da vontade para aquele lugar de onde ele procede originalmente, uma vez que desceu, nos caminhos do pensar, da experiência do supra-sensível para o sensível com sua consciência terrena. ( GA 26, p.81 )


Com isto, Rudolf Steiner indicou o fundamento esotérico deste caminho e como ele é desejado por Michael, a face solar de Cristo, aquele que como Espírito do Tempo, é o guia da evolução da humanidade em nossos dias.


De tudo isto, segue-se claramente que os novos Mistérios Cristãos não são antigos Mistérios de Sabedoria, mas modernos Mistérios da Vontade. Neste sentido eles representam a continuidade da metamorfose micaélica ( a partir dos sinais dos tempos) da principal corrente do Cristianismo esotérico que é conhecida sob o nome de “Corrente Rosacruz”. Com respeito a este caminho de iniciação, único adequado para o homem moderno, e os exercícios conectados com ele, Rudolf Steiner disse: “... assim, em toda parte na base dos exercícios Rosacrucianos, um especial treinamento do elemento da vontade é mantido”. ( GA 104, 19/06/1908 ). Pois a iniciação Rosacruz baseia-se, sobretudo no fortalecimento e revigoramento da vontade interior e, portanto, tem em vista como meta o desenvolvimento da vontade”. ( GA 97, 30/11/ 1906 )


Mas uma vez que a iniciação Rosacruz desde o princípio buscou sempre o reconhecimento do valor e dignidade humanos como o seu mais elevado ideal, ela jamais atua diretamente sobre a vontade; ao invés disso, respeita-a como um intocável santuário no íntimo do Ser. Uma tal iniciação, portanto, somente atua indiretamente sobre a vontade por meio do espírito, ou seja, através da faculdade de compreensão do homem. A esse respeito, Rudolf Steiner declarou que na iniciação Rosacruz nenhuma influência deveria ocorrer sobre o elemento da vontade. O ponto em realidade, está em que com a exclusão de um efeito direto sobre a vontade o mais puro efeito espiritual foi dado indiretamente contornando-se e encontrando-a pelo espírito.


Em nosso tempo a Antroposofia está ativa dentro desta corrente central do Cristianismo esotérico, e a Conferência de Natal como ponto de culminância terrena da Antroposofia está igualmente fundada sobre este puro princípio espiritual. É por isso que, durante a colocação da Pedra Fundamental da Sociedade Antroposófica Universal em 25de Dezembro de 1923, Rudolf Steiner falou da aparição do Espírito “que se mantém na luz radiante do pensamento em torno da pedra dodecaédrica do amor”, que os antropósofos deveriam “levar ao mundo onde ela há de lançar luz e calor para o progresso das almas dos homens, para o progresso do mundo”.(GA260) Estas palavras que são dirigidas à vontade por meio do Espírito da Conferência de Natal, permeando-a com a luz dos puros insigths espirituais e com o calor do coração, correspondem exatamente a outras palavras pronunciadas doze anos mais cedo, e com as quais Rudolf Steiner definia o caminho Antroposófico-Rosacruz de conhecimento: “Ao se chegar a um entendimento com outra pessoa sobre o entrar no caminho de conhecimento do espírito, luz e calor, os quais podem então envolver, acalentar também a vontade, são irradiados a partir deste caminho espiritual, mas sempre passando pelo espírito, e jamais por um caminho diferente deste”. (GA131, 05/10/1911)


Em uma de suas Cartas aos Membros escrita logo após a Conferência de Natal, Rudolf Steiner disse: “Realmente depende do ser humano se ele simplesmente concebe a Antroposofia em sua mente ou se a experimenta”. O mesmo pode ainda ser dito quanto à natureza espiritual da Conferência de Natal. Pois depende unicamente da boa vontade de cada indivíduo antropósofo se esta conferência permanece na alma como uma concepção abstrata dos eventos que ocorreram ao final do primeiro quarto do século passado, ou se ela se converte em uma experiência interna que abre o portal para o Espírito o qual preenche a vontade com a luz e o calor do mundo espiritual que tanto necessitamos hoje, a fim de cumprir as tarefas propostas a nós por Rudolf Steiner em relação ao começo do novo milênio.


Vista dessa maneira, a união com a natureza da Conferência de Natal e suas metas é, sobretudo, um ato da livre vontade humana, um ato, entretanto, que deve ser precedido pela compreensão do Espírito da Conferência tal como acima descrito. Nosso desejo é contribuir para uma tal compreensão.


Eis porque ele se destina apenas àquela pessoa verdadeiramente disposta a penetrar no caminho que leva à experiência da Conferência de Natal na qual os novos Mistérios Cristãos têm seu centro. Sua base é formada pela Pedra Fundamental que desde então todo antropósofo pode colocar em seu coração como um símbolo vivo da lealdade para com o caminho escolhido.


Sobre esta Pedra, “que os construtores rejeitaram...” (possam os antropósofos escapar deste trágico destino!) mas que apesar de tudo “tornou-se a pedra angular” (Lc: 20,17),

A Sociedade Antroposófica Universal foi fundada na Conferência de Natal como ato terreno final do grande mestre.


Que nós possamos nos manter fiéis à esta obra de Rudolf Steiner pela qual ele em verdade sacrificou tudo e cujo cultivo por parte de seus estudantes ele tanto anseia.