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Textos Comunidade de Cristãos

Em luta com o Dragão (Barbara Nordmeyer)

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Barbara Nordmeyer - 1993
(Tradução Liselotte Sobotta)

As condições de vida da humanidade na terra estão ficando mais difíceis, sim, podemos até dizer: elas estão em perigo. Estamos caminhando para o fim do milênio. Os poderes do dragão estão atuando. Nunca, porém, devemos esquecer – e este era principalmente o desejo de Emil Bock – que nos mundos espirituais a vitória já foi conquistada, conforme vem descrito no Apocalipse, no capítulo 12: Micael derruba o dragão para a terra, e este tem uma grande ira porque sabe que o seu tempo está curto.

 Como podemos vencer o mal que de todos os lados avança sobre nós? – essa é a questão na era micaélica. Nas orações da época de Micael diz-se dele que tem o dragão sob seus pés “que estão livres do peso terrestre”. Como pode ser isso? Não houve necessidade  de violência para estar acima do dragão?

 Na grande janela vermelha do lado oeste do Goetheanum em Dornach, na parte inferior, há também um quadro do dragão com Micael acima dele olhando para o alto. Perguntarem a Rudolf Steiner: “Sr. Dr., por que Micael não olha para o dragão?” E a resposta foi: “Então ele cairia sob seu jugo” O olhar deve dirigir-se para o alto, devemos pedir ao mundo divino que a força de superação desça sobre nós... Finalmente, pensemos em um vale obscurecido pela névoa. O que temos que fazer para avistar o céu? – Temos que subir a montanha, até que a névoa fique abaixo de nós e a amplidão do firmamento nos deslumbre.

 Na luta com o dragão, no confronto com os poderosos do mal, a tarefa principal é reforçarmos nossa aliança com o mundo divino. Sozinhos nós sempre somos fracos demais. “Chamai os braços dos deuses!”
 Certamente temos que conhecer o modo como os poderes adversários agem para subminar das mais variadas maneiras nossa qualidade de seres humanos. Contudo, o mais importante é ligarmo-nos a Deus com toda força.
 Vigiai e orai. Neste último campo ainda somos excessivamente fracos. Quando no Ato da Consagração do Homem é anunciado o Evangelho, o ministrante fala em nome da comunidade: “elevamos nossa alma a ti, oh Cristo”. Desse modo clássico exprime-se nossa tarefa: elevarmos nossas almas no ouvir o Evangelho e na oração. Na oração tentamos fazer com que os pensamentos de Deus estejam presentes em nossos pensamentos. Quanto mais nos exercitamos nisso, tanto mais se modifica nossa mentalidade. Isso é importante, porque da nossa mentalidade procedem nossas ações
 Por isso deveríamos estar constantemente empenhados, tão intensamente quanto possível, em elevar-nos interiormente para o nosso primórdio espiritual, de modo que o dragão fique abaixo de nossos pés.

 “Elevai-vos para o círculo mais alto,
 Crescei sempre, e mesmo sem o perceberdes,
 Por um modo eternamente puro
 A presença de Deus se fortalece”
 (Goethe)


(Extraído do livro Micael - coletânea de textos-1998 - Comunidade de Cristãos, Movimento de Renovação Religiosa)