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Textos Comunidade de Cristãos

Micael e Alexandre Magno (Emil Bock)

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Emil Bock

(tradução Pastor Gunther Kollert)

Os eventos essenciais da época de Alexandre Magno, nos quais temos as chaves para os grandes enigmas desta fase da História, se deram acima do nível humano, no mundo espiritual. O que aconteceu na terra, isto é, o grandioso lance das campanhas de Alexandre, nos espanta tanto, justamente por ser a sombra terrestre de evoluções supra-sensíveis de suma importância.
Antes da consumação dos tempos, ou seja, antes da encarnação do ente divino, tão almejado, num corpo humano, ocorreu uma mudança na “ciranda” dos sublimes seres da ordem dos arcanjos, que se alternam na direção dos destinos íntimos da humanidade: Micael, o arcanjo do Cristo, assumiu, em seu fulgor solar e vitorioso, a direção da época. Seu reinado, uma “época micaélica”, se iniciou em 700 a.C., justamente quando Roma, recém—fundada, passou pelo tempo dos reis míticos, e quando em Israel (Judá) Isaias abriu a sucessão dos grandes prenunciadores, ou seja, dos profetas, e durou até a morte de Alexandre.
O arcanjo Micael irradiou, como regente da época, impulsos para a humanidade pelos quais a terra se transformou no palco de um ilustre concílio de gênios, e pelos quais se deu o primeiro amanhecer de uma cultura da alma da razão e do intelecto, caracterizada pela forte convicção que reside no vigor do “eu” e da personalidade; nasceu, na realidade, um novo mundo. De modo maravilhoso, se realiza, no esplendor da época micaélica, a simultaneidade de grandes acontecimentos na vida espiritual da humanidade: É a mesma época que gera os grandes artistas e filósofos da Grécia - desde Pitágoras a Heráclito e Aristóteles; os profetas de Israel - desde Isaias a Esra -; o grande Buddha na Índia; na Pérsia o misterioso autor das sagradas escrituras sobre Zaratustra; e por fim, no Extremo Oriente, Lao-Tse e Confucio. Nessa época também surgem dois soberanos, que interferem nos destinos terrestres com sucesso surpreendente, como se fossem os próprios instrumentos do regente solar da época; parecem como que envoltas em fulgor divino e messiânico, ao mesmo tempo encarnando o ideal da verdadeira humanidade: Ciro, o persa, e Alexandre, o macedônio.
Foi em dois lugares que Micael, o sublime mestre das forças do pensar, espargiu a sementeira da consciência e liberdade: no judaísmo e no helenismo. Nasceu um duplo caudal, impulsionado pela coragem diante da necessidade de encerrar o culto das divindades do passado e de tornar públicos os Mistérios. Ambos os povos foram espalhados pela humanidade, como portadores dos impulsos e das inspirações micaélicas de uma cultura esotérica de pensamento: as tribos de Israel na servidão dolorosa e humilhante do exílio, enquanto os gregos, conduzidos pelo rei da Macedônia, que era pouco mais do que um forasteiro, para um curto tempo se tornaram a nação materna de um império universal. Era necessário a humanidade inteira ser compenetrada pelo fermento da força nova, elemento esse que, é o único capaz de fazer com que o ser humano seja realmente “homem”.

(extraído de “Caesares e Apóstolos” de Emil Bock)