Festas Cristãs

Pesquisar, Visualizar e Navegar

Tamanho da fonte:

Histórias

São Micael e a Lua Crescente (lenda polonesa)

Atenção, abrir em uma nova janela. PDFImprimirE-mail

Lenda Polonesa

(Tradução Karin Glass)
 
Você viu as faíscas das estrelas cintilarem no céu outonal claro e majestoso? Elas elevam-se como a esperança de uma alma humana, submergem como a decisão de um coração humano, resplandecem intensamente. Os homens chamam nas estrelas cadentes. Mas quem ama o seu anjo e desde criança nunca permitiu que o medo entrasse em sua alma, sabe que não é bem assim. Nas claras noites outonais ele vê lá de cima nas estrelas o grande combatente, que na Terra é chamado São Jorge e nos céus São Micael. Ele vê a face de São Micael iluminada pela sabedoria dourada, que nada sabe de si, que espelha o coração da divindade suprema. Vê o braço de São Micael brilhando na couraça que é forte e pura, como que forjada pela justiça celeste.
Com a mão pronta para desembainhar sua arma, São Micael toca a espada que irá atingir a sediciosa e corrosiva impureza que rasteja cheia de cobiça. As estrelas estremecem e centelhas diamantinas luzem quando São Micael toca a espada.
Você viu a tênue Lua crescente flutuando sobre delicadas nuvens brancas ria mais profunda época invernal? Ao redor dela há um sussurro como o murmurar longínquo da relva do prado celestial amplo e belo. Uma nostalgia de estar muito longe, bem distante, apossa-se dos corações dos homens que olham para a Lua crescente no céu invernal. Mas quem ama o seu anjo e desde criança cultivou a pureza em sua alma, sabe que não é bem assim. Ele vê lá em cima, em pé sobre a estreita Lua Crescente, Maria, a donzela imaculada e sabe que ela é uma rainha, pois sorri para os que lá na Terra anseiam e sofrem. Com suas mão rosadas doa grãos de trigo celestiais que caem na Terra abençoando. Maria doa com mãos que se dobram em oração; Ela ora pelas profundezas para que sejam saciadas, tornando-se boas e preenchidas do milagre que as alturas ainda guardam.
Chegará o dia em que, num outono, a bétula não chorará as folhas perdidas; em que as folhas cairão alegremente. Aí, certo dia, aparecerá uma escada na Lua cujos degraus serão como pedras leitosas. Por esses degraus brancos, como se seus pés andassem sobre asas de pombos estendidas, Maria, acenando redenção com mãos que abençoam, subirá até a mesa celeste dourada posta para a ação de graças pelas colheitas.
Mas a Lua não permanecerá abandonada. Dela ressoará uma canção que jamais foi ouvida no céu ou na Terra. São Micael estará em pé na Lua Crescente. Como ferreiro celeste, ele terá transformado sua espada em armação de uma lira, cujas cordas, constituídas dos pensamentos corajosos dos seres humanos, foram esticadas. O vencedor do dragão irá cantar e tocar a lira celeste cumprindo assim o seu dever. Em sua canção haverá força. Ele cantará a consolação e as realizações de uma época antiga e cantará a torrente de luz suprema que está por vir, na qual desvaneceu o sorriso de Maria.
Quando essa canção soar, a bétula, plena de alegria, estremecerá até seu âmago e o outono parecer-lhe-á a primavera.
Alguns nada verão, outros nada ouvirão. Mas quem ama o seu anjo e carrega fidelidade em seu coração, este sabe bem e quer melhor.


(extraído do livro “Aus Michaels Wirken” (Sobre a Atuação de Micael) compilado por Nora Stein Von Baditz -1.
Ch. Mellinger / Verlag, Stuttgart
(extraído do Boletim da Sociedade Antroposófica nº 21 – setembro/2000)