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Histórias

sem título - 3ª semana do Advento

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Enquanto José e Maria estavam a caminho de Nazaré para Belém, o arcanjo Gabriel desceu, em segredo, mais uma vez do céu a fim de ver se tudo estava pronto no estábulo.

            Gabriel queria conseguir que o vento não soprasse com muita força pelos vãos do telhado e, sobretudo que as nuvens do céu, de tão comovidas, não derramassem suas lágrimas AM cima do menino. Era preciso também, recomendar á luz da lanterna para brilhar muito suavemente, e não lançar raios fulgurantes como a Estrela do Natal.

            O arcanjo enxotou os bichinhos que encontrou no estábulo: formiguinhas, aranhas e camundongos. Imaginem só, se a jovem mãe levasse um susto por causa de um ratinho!

            Só podiam ficar ali, o burro e o boi. Por fim, Gabriel colocou, em volta do estábulo, nas vigas do telhado, um bando de anjinhos, daqueles bem pequenininhos. Eles tinham que ficar ali, quietinhos, fazendo guarda para dar sinal, assim que algum “perigo” viesse ameaçar o menino pequenino.

            Vendo tudo pronto, o poderoso arcanjo abriu as asas e levantou vôo.

             Mas nem tudo estava em ordem... pois no chão, escondida na palha, tinha ficado uma pulguinha dormindo. Foi o único bichinho que escapou do anjo. O que não é de espantar, pois um arcanjo sabe lá o que é uma pulga?

            Quando aconteceu o nascimento, os anjinhos do telhado não podiam mais de contentes. Começaram a voar á roda da manjedoura, como uma revoada de pombinhos. Alguns espalhavam um delicioso perfume, em volta de Jesus; outros afofavam a palha para que nenhum pedacinho mais duro pudesse machucar o Menino.

            Toda essa atividade acabou por acordar a pulguinha escondida na palha. Ao ver aquele a seu redor, ficou assustadíssima, pois já sabia o que ia acontecer: com certeza, ia ser perseguida, apanhada e morta!

            A pulguinha deu a volta na manjedoura, procurando um jeito de escapar. E, desesperada, escondeu-se na orelhinha do Menino.

            Perdoe-me, disse ela, quase sem fôlego; mas não, tenho outro meio de me esconder. Se me encontrarem, vão me matar. Vou tratar de fugir, mas peço que você me dê tempo de eu achar um jeito...

            Olhou para todos os lados, e logo fez seu plano.

            - Escute bem, disse ela, então. Não se mexa, que eu vou juntar toda a minha força para tomar impulso. Vou saltar para a cabeça de José, dali eu pulo para a janela, e dela para a porta.

            - Pode pular, disse baixinho o menino. Eu não mexo.

            E a pulga deu o salto. Mas, para tomar impulso, teve de encolher-se toda, dobrando as perninhas debaixo da barriguinha e assim, sem querer, fez cócegas no Menino...

            Maria chamou José e disse:

            - olhe o Menino está sorrindo!

 Adaptação do livro “Nasceu o Menino-Deus”De Charles Waggerl